Régua de Cálculo

Rebuscando os meus guardados encontrei minha régua de cálculos que usava nos idos de 60, quando estudante universitário. Era a minha Archimedes, como assim a chamava por três motivos: o primeiro porque a empresa que a comercializava tinha o nome de Arquimedes Material Técnico S/A, ainda hoje existente no Rio de Janeiro e em processo de extinção; o segundo por ela conter inscrita esse nome em seu próprio corpo, algo como que uma tatuagem de hoje em dia; o terceiro por certamente seu fabricante ter homenageado o maior matemático da Antiguidade, o sábio grego Archimedes de Siracusa.

Archimedes era filho do astrônomo Fídias. Estabeleceu teoremas, criou inventos, máquinas bélicas e dentre as teorias que formulou destaca-se a da teoria da alavanca simples que se resume numa frase dita por ele: dai-me um ponto de apoio e uma alavanca e eu moverei a Terra. 

O parafuso de Archimedes ainda hoje é aplicado para mover materiais entre dois pontos que se acham em níveis de elevação diferentes.

A régua de cálculos era a régua que os estudantes de engenharia carregavam no bolso e faziam seus cálculos, bem como os engenheiros a utilizavam no seu ambiente de trabalho. Eles tinham que ser hábeis no seu manuseio, notadamente para definirem com precisão os resultados matemáticos fracionários, raízes quadradas e cúbicas, cálculos do círculo e trigonométricos. 

Hoje, esta régua é uma raridade. Diante do avanço tecnológico, com as máquinas de calcular e os programas de computadores, é possível que os estudantes e profissionais da área não saibam hoje manipulá-la, além do que suponho até que nem mais seja fabricada.

A régua lembrou-me também uma máquina de calcular que eu tinha quando fazia o curso secundário. Ela era básica, pois fazia apenas as operações aritméticas. Mas, era de uma engenhosidade fabulosa, porque estruturada em colunas de números, com lâminas perfuradas em cujos furos se introduzia uma agulha e fazendo com que elas se movimentassem para cima e para baixo, os resultados das quatro operações iam se sucedendo num visor numerado. 

Tenho-a como precursora das atuais calculadoras digitais, mais avançadas por realizarem operações mais complexas. Não guardei essa maquininha que com certeza hoje é mais rara que a régua de cálculos.

* Ir... Ailton Elisiário.

Academia Maçônica de Letras

Campina Grande - PB.

Originalmente publicado no JB News Nº 1466.