Símbolos de Natal

 

Raízes de religiões e culturas diversas foram se unindo ao longo dos anos, até ficar estabelecido que o nascimento do Menino Jesus é celebrado no dia 25 de dezembro. O papa Francisco foi à Suécia para os 500 anos da Reforma de Martinho Lutero, um gesto histórico de reconciliação com os protestantes.

O Natal é repleto de simbolismos. Apesar de comemorar o aniversário de nascimento de Jesus Cristo, a data não é precisa. Tanto que se celebra dia 25 de dezembro como Natal pela Igreja Católica Romana e, no dia 7 de janeiro, pela Igreja Ortodoxa. A festa nessa data tinha a intenção de cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstício de inverno.

Dessa forma, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao “nascimento do deus sol invencível”, que comemorava o solstício do inverno. No mundo romano, a “Satumália”, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro, um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.

Os registros iniciais apontam datas muito variadas, e o primeiro testemunho direto que afirma que Jesus Cristo nasceu no dia 25 de dezembro é de Sexto Júlio Africano, no ano de 221. Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo, em virtude da não aceitação do Calendário Gregoriano.

No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa manifestação). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos. Entretanto, a celebração do Natal de Jesus foi instituída oficialmente pelo papa Libério, no ano 354 d.C. Pelas suas raízes pagãs, no século XVII, essa festividade foi proibida na Inglaterra e algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia era multado.

Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns foram acrescentados. O Natal voltou a ser um feriado religioso, e ainda o é em muitos países. Já o bom velhinho foi inspirado no bispo Nicolau, que viveu na cidade de Myra, na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse com dificuldades financeiras. Sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha, mas a figura do Papai Noel, como conhecemos, foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista Harper’s Weekly, em 1881.

Outro símbolo importante é a árvore de Natal. A maioria das versões sobre a sua procedência indica a Alemanha como origem e que a novidade teria sido criada por Martinho Lutero, quando ele ainda era padre. O objetivo era mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo. Já a Missa do Galo foi criada por São Francisco de Assis. Foi ele o autor do primeiro presépio para lembrar aos fiéis sobre o ambiente em que Jesus vivia. A primeira foi na cidade de Graccio, na Itália, em 1224. Ele exibia o presépio à meia-noite, na hora simbólica do nascimento. O ato era seguido de missa. Como os galos cantavam, habitualmente, nas primeiras horas da madrugada, o povo a nomeou assim.

Raimundo Mariano da Silva

Historiador

Publicado originalmente no jornal “Diário do Nordeste” – Opinião.