SOBRE O LIVRO DA LEI

 

  

LIVRO DA LEI – fica no coração do Templo, sobre o Altar dos Juramentos. No Livro do Gênesis, primeiro livro, está codificada a criação do Universo. O Livro da Lei simboliza a Lei Divina. Quando da Abertura da Loja, a leitura solene de um trecho do Livro espiritualiza a Loja e seus presentes. 

       

Logo após o final da Sessão Magna de Iniciação, depois de lhe ser dada a Luz e de ser declarado Irmão Maçom, parte de uma nova família, na condição de Aprendiz Maçom, o Iniciado recebe alguns livretos. No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito e da Obediência Grande Oriente do Brasil, recebe o Regimento Interno da Loja Maçônica a que pertence, a Constituição do GOB, o Regulamento Geral da Federação e Ritual do REAA, 1º Grau. 

        

Durante o Ritual de Iniciação são lidos os Princípios da Maçonaria Universal, elevados ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. O Ritual de Iniciação é pautado não só por juramentos, como por todas as ações que se impõem ao novo Membro, a partir do momento em que é declarado Aprendiz Maçom. A palavra “deveis” é citada diversas vezes durante o ritual. 

        

Estes livros, embora passíveis de alterações circunstanciais, constituem um ideal de comportamento que deve ser perseguido pelo Aprendiz e por todos os Maçons, a partir da Iniciação. Isto implica AÇÃO. Terá que haver, no lapidar da Pedra Bruta, uma busca incessante por parte do Obreiro. Isto implica, repetimos, AÇÃO, principalmente a busca de uma ampliação do conhecimento e da consciência do objetivo final, da Maçonaria como um ideal supremo, um SUMO BEM. É assim entre os homens; é assim entre os homens e Deus. As normas humanas buscam um ideal ético. As Leis divinas buscam a perfeição espiritual. 

        

Na abertura do Livro da Lei, a Loja se espiritualiza pela ação. É a ação efetiva da leitura  de um trecho do Livro, a postura dos Obreiros, de pé, em absoluto silêncio, receptivos às vibrações então emanadas, que permitem esta espiritualização. A Egrégora está formada, como um Sol que surge para aquecer e dar vida. 

        

Ao fazer emanar o Universo, o Grande Arquiteto do Universo o fez a partir de sua própria perfeição. De sua imutável perfeição estabeleceu leis imutáveis para regerem o Universo, do qual fazemos parte. Nós homens, com nossas ações é que mobilizamos estes princípios imutáveis, para o Bem ou para o Mal. Assim ocorre   na abertura solene do Livro da Lei. É a ação e a postura, o sentimento sincero que promovem a espiritualização resultante. Não há mágica. Naquela hora, é importante que aquele que lê um trecho do Livro o faça com emoção, com estudada entonação de voz, de ritmo e de altura, para que todos o ouçam e partilhem esta emoção, este estado de espírito. 

        

Ao fechar-se o Livro da Lei, ao final dos trabalhos,  novamente estão todos de pé, agora “À Ordem”. É novo ato solene, nova espiritualização, que deve ser levada por cada um dos Obreiros. Este ato é reforçado pela bela e inspiradora prece pronunciada pela Venerável Mestre que logo após despede os Irmãos com um “RETIREMO-NOS EM PAZ”. 

        

O Grande Arquiteto do Universo não é um ser de dúvidas. Tudo nele é certeza e perfeição. Assim, não acredito que Ele dê expedientes, julgando as petições e outros atos humanos, diariamente, como somos levados a acreditar, ingenuamente. Ele se recolheu ao final de Sua obra, ao final da emanação universal, e deixou para o homem, com seu livre arbítrio, seus pensamentos, palavras e ações, mobilizar essas leis, para o Bem ou para o Mal. Este é o nosso destino e está em nossas mãos. 

        

O Livro da Lei está lá para nos lembrar de que está em nossas mãos, de nós humanos, nossa salvação ou nossa perdição. Instituições como a Maçonaria são um excelente caminho para a primeira opção. 

  

SERGIO ELIFAS SALGADO WANDERLEY

Loja Maçônica "União Araguarina" Nº 0924 

G O B  -  R E A A 

Oriente de Araguari – Minas Gerais