TESOUREIRO

O cargo mais “profano” de uma Loja talvez seja o de Tesoureiro. Porém, seus bons serviços garantem a “santidade” dos labores maçônicos.

Para além do trabalho burocrático, o Irmão Tesoureiro é essencial para a sobrevivência da Loja. Podemos ter um Venerável que não saiba ler o ritual, mas o Tesoureiro deve saber os números dos extratos financeiros. Podemos ter Vigilantes negligentes quanto às instruções de suas colunas, mas o Tesoureiro não pode negligenciar suas instruções aos órgãos fiscalizadores profanos.

Um dos aspectos mais importantes de sua missão não depende dele, depende dos Irmãos:

TESOUREIRO NÃO É COBRADOR.
ELE É RECEBEDOR.

Quando se faz necessário que ele se dirija a um Irmão solicitando o pagamento das per capitas, ele está mantendo erguidas as Colunas da Loja. Toda Loja regular está jurisdicionada a uma Potência e, para com ela, tem obrigações pecuniárias. Além, é claro, das despesas de manutenção (luz, água, aluguel) e da criação de um fundo de reserva que venha, inclusive, a socorrer algum Irmão do Quadro.

Em um tom de respeitosa brincadeira, ouvimos que “Maçonaria é um hobby caro” – afinal temos as per capitas, os óbolos e a “saideira” após as sessões. O problema encontra-se quando o da saideira não é tão obreiro em Loja quanto em bar. Dá uma nota de 10 para a garrafa de cerveja e uma nota de 2 no Tronco.

Está com as per capitas da Loja em atraso, entretanto a porção de fígado e jiló acebolado com camarão mineiro (torresmo) não falta na sua mesa. Contudo, ele não tem o direito de se deliciar com os frutos de seu suor?

Com certeza tem! MAS, PARA O MAÇOM, O DEVER VEM ANTES DO DIREITO. Portanto, todos nós devemos nos apresentar ao Tesoureiro mensalmente para CUMPRIRMOS O NOSSO COMPROMISSO. Assim, nos manteremos justos e de bons costumes.

O Tesoureiro é responsável não só por gerenciar as operações financeiras da Loja, como também por manter os registros contábeis. É um equívoco tratar esses trabalhos de forma “amadora”. Pode até causar arrepio em alguns Irmãos estabelecermos que as Instituições Maçônicas devem ser tratadas como empresas, afinal elas possuem um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Seriedade é a palavra-chave!

Ao ser instalado, o Venerável Mestre é alertado sobre suas responsabilidades e a necessidade de sua atuação íntegra. Para tanto, é essencial a atuação do Irmão Tesoureiro, pois, em última instância, as consequências de uma má gestão financeira repercutirão em seu bolso.

Há uma frase atribuída ao imperador romano Júlio César, a qual afirma que “A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Na Maçonaria, o Venerável Mestre não basta ser honesto, ele precisa, por meio do parecer das contas, apresentar sua honestidade.

Contando com a colaboração de todos os Obreiros e a competência monástica do Tesoureiro, os trabalhos da Loja, em âmbito financeiro, estarão justos e perfeitos.

A propósito, a joia do Tesoureiro é uma chave, mas deveria ser um cofre, baú ou cadeado?

A chave ou clave lhe cabe bem, uma vez que, assim como os Monges e Frades Claveiros ou Clavários, que são responsáveis pelo aprovisionamento de suas instituições, nosso Frei (Irmão) Tesoureiro nos manterá devidamente aprovisionados.

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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PRESIDENTE DO MINAS GERAIS SHRINE CLUB
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