Transformação das Colunas em Símbolo Maçônico.

Na preciosa “Encyclopaedia of Freemasonry” de Mackey e seus seguidores, há uma página em que se descreve o modo pelo qual as duas colunas se transformaram em símbolo maçônico e foram introduzidas nas instruções ministradas em Loja, as quais passaremos a reproduzir:

 Sendo o simbolismo da Maçonaria baseado no Templo de Salomão, era natural que estes importantes ornamentos do Templo fossem incluídos no sistema, e, assim, antes mesmo da metade do século XVIII, deles se falava nos catecismos (atuais Rituais) maçônicos.

Mas, no início, ao que parece, as Colunas foram introduzidas nas preleções mais como partes de um pormenor histórico do que como símbolos significativos, ideia que, ao que se presume, desenvolveu-se gradativamente.
 

 O catecismo de 1731 descreve o seu nome, as suas dimensões, o material com que foram construídas, mas nada diz do seu significado simbólico.
 

 Dudley foi o primeiro, em sua Naology, a dizer que “as Colunas representavam o poder de sustentação do Grande Deus... As Colunas estavam corretamente colocadas na entrada ou pórtico do Templo, porque sugeriam ideias justas do poder do Onipotente, da inteira dependência do homem ao Criador; e fazendo isto, exortavam a todos a temê-lo, a amá-lo e a obedecê-lo”.
 

 Foi, contudo Hutchinson que o primeiro introduziu na Maçonaria a ideia do simbolismo das Colunas. Disse ele: “As Colunas erigidas na entrada do Templo não eram somente ornamentais, mas traziam com elas a emblemática significação de seus nomes – Boaz (B) sendo, em sua tradução literal, Em ti está à força; e Jakin (quim) - (J), Ele estabelecerá o que, por uma transposição muito natural podemos substituir pela seguinte sentença: „O Senhor, pelo poder de sua arte, e de seu poderio está estabelecido de eternidade a eternidade‟”.
 

Preston, posteriormente, introduziu o simbolismo, consideravelmente ampliado, dentro do sistema de instruções. Adotou a referência dos Pilares do Fogo e da Nuvem, que é ainda conservada.
 

 O simbolismo maçônico das duas Colunas deve ser considerado, sem entrar em detalhes muito minuciosos, como sendo duplo. Primeiro, a respeito dos nomes das Colunas, são símbolos de Força e de Estabilidade da Instituição; e, em seguida, com relação às antigas Colunas do Fogo e da Nuvem, são símbolos da nossa dependência ao governo e guia do G.: A.: D.: U.:, porque somente esta Força e esta Estabilidade são asseguradas.

De fato, é sempre duplo, como já vimos o simbolismo das Colunas, que se estendeu progressivamente dentro da Maçonaria, principalmente entre os Maçons franceses.

Assim, Jules Boucher empresta às Colunas, em sua “La Symbolique Maçonnique”, o seguinte significado:

As duas Colunas determinam os limites do Mundo criado, os limites do mundo profano do qual a Vida e a Morte são a antinomia extrema de um simbolismo tendente a um equilíbrio que nunca será possível realizar. As forças construtivas não podem agir senão quando as forças destrutivas terminam a sua tarefa. Estas forças opostas são “necessárias” umas à outra. Não se pode conceber uma Coluna J.: sem uma Coluna B.:; calor sem frio, luz sem trevas etc. O ser vivo encontra-se constantemente em estado de equilíbrio instável pela criação de células novas e a eliminação de células mortas. As gerações novas só podem afirmar-se quando as antigas lhes cederem o lugar.
 

 Estas duas Colunas são realmente a imagem do Mundo e convém deixar este fora do Templo! O Templo é sustentado por Pilares que se situam no mundo dos Arquétipos onde tudo se funde numa Luz cuja resplandência é Sobre o simbolismo maçônico das duas Colunas, Octaviano de Meneses Bastos, em sua “Pequena Enciclopédia Maçônica”, escreveu alguns conceitos que nos cumpre registrar: Diz ele:
 

 No 1o Grau as Colunas simbolizam o Fogo (B) e o Vento (J), no 2o Grau Amor e Ciência e no 3o Grau o Ocidente e o Oriente, ou ainda os dois Solstícios (ou a dualidade etc.).
 

 Os signos do verão Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem pertencem à Coluna J.: e os de inverno Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Confirmando o que dissemos no capítulo anterior, o Rev. F. de P. Castells afirma, em “Origin of the Masonic Degrees”, que foram os cabalistas aqueles que trouxeram para o simbolismo maçônico as duas Colunas com as esferas terrestre e celeste sobre elas.

Segundo escreve Bernard E. Jones, em “Freemason’s Guide and Compendium”, os comentaristas ingleses, e entre eles o Rev. C. J. Ball consideram as Colunas J e B como símbolos da Divindade, representando a primeira o símbolo da “Criação e o Poder Físico da Geração”, ao passo que a segunda expressa o “Poder de Regeneração”, ou em outras palavras, a “Salvação”.

Autor

Paulo Roberto 

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Fonte: JB News.