Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém

O enunciado acima é a síntese de um valor muito caro para nós Maçons: A Temperança.

A Temperança é uma das quatro Virtudes Cardeais, (Temperança, Justiça, Coragem e Prudência) que estão simbolicamente representadas em borlas nos cantos da Loja ou em alguns casos, nos cantos do pavimento, ou do tapete ou no Painel da Loja de Aprendriz.

Enraizada em nosso inconsciente de mineiro, temos em nós que a Temperança é saber “medir a água com o fubá”, transmitindo, assim, a falsa ideia de que a Temperança seja uma ação.

TEMPERANÇA É UM COMPORTAMENTO. Palavra oriunda do latim temperare, de “guardar o equilíbrio”. Guardar no sentido de manter, conservar, ou seja, É TER O DOMÍNIO DE SI.

O labor que envolve Vício e Virtude se torna mais efetivo com a moderação de nossos desejos. Trata-se de condição necessária para que o homem seja Senhor de si mesmo.

Desejos e aspirações são inerentes à vida e podem trazer progressos e ganhos. Mas, ao guardar o equilíbrio, o homem se torna Senhor e Mestre de seus desejos. Sem a temperança, ele se tornará escravo dos desejos.

Aristóteles ensinava que; “O homem bom e virtuoso é aquele que alia inteligência e força, que utiliza adequadamente sua riqueza para aperfeiçoar seu intelecto”. Fórmula que reafirma a necessidade de compreender o quanto a “Justa Medida entre o excesso e a falta”, refletida por Aristóteles, o “Caminho do meio” apregoado pelos budistas ou o alerta “Mēdén ágan” (Nada em excesso) do Oráculo de Delfos, são balizares para o Maçom guardar o equilíbrio.

O sucesso na incorporação desta virtude à nossa vida se faz pela permanente repetição deste comportamento, ou seja, é um exercício contínuo dos nossos valores, em todos os ambientes que atuamos.

Além do beneficio pessoal, há ainda o legado deixado pelo exemplo de nossas boas condutas aos filhos e a todos que nos tem como ponto de referência.

Em nosso Livro da Lei, Coríntios 1, Capítulo 6, Versículo 12, visualizamos, na íntegra, o que desejo transmitir, principalmente aos que se julgam merecedores daquilo que não tem e sob má influência, pensam em abrir janelas para alcançarem vôos de Ícaro, fechando assim portas que se abririam para a sólida caminhada ao horizonte sereno.

 
“TUDO ME É PERMITIDO, MAS NEM TUDO CONVÉM”
“TUDO ME É PERMITIDO, MAS EU NÃO DEIXAREI QUE NADA ME DOMINE”
 
Neste décimo quarto ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuamos a incentivar os Irmãos ao estudo, reflexão e, principalmente, pelo momento em que vivemos a fraternidade solidária entre os Irmãos.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG