Uma nova visão

No filme História Sem Fim, ao caminhar por um pântano, Atreyu tenta manter a alegria no coração e a vontade de viver. Se o seu coração ficar triste, ele afundará no grande pântano e acabará morrendo. É um conto para adultos e crianças com grande apelo emocional e muita lição de vida, principalmente de obstinação e coragem. Somente o controle de seu pensamento, mantendo a esperança poderia salvá-lo.

Este sentimento de fé, esperança e confiança que permitiu ao corajoso Atreyu atravessar o pântano, na tentativa de salvar a terra do nada, tem nos ajudado muito. Nossa vida tem bons momentos, mas também é cheia de obstáculos, decepções e desafios constantes. Para suportá-los, precisamos de juma força interior que nos permita acreditar no amanhã e em dias melhores. Isto nos joga paa frente. Dá coragem suficiente para não cair ou desistir da luta.

Quando sentimos alegria, criamos uma energia que nos torna mais realizadores, criativos, engajados e corajosos. É aí que se encontra uma grande oportunidade para as empresas, esquecida na maioria das vezes. 

Se as pessoas são mais produtivas quando estão mais felizes, por que não investir na melhoria do ambiente organizacional e nas condições de trabalho? Por que não dar mais importância ao salário emocional?

Empresas de todos os tamanhos buscam constantemente conhecer o nível de satisfação de seus clientes, no entanto poucas conhecem o patamar de satisfação de seus empregados. Tem pouca ou quase nenhuma informação sobre as necessidades e aspirações das pessoas. Sem estas informações vivem criando projetos para melhorar o nível de satisfação interno, com resultados pífios. Os gestores de pessoas são hábeis em criar programas que levam a lugar nenhum.

Como vimos no início deste texto é preciso que haja satisfação para termos energia e como consequência engajamento. Isto sempre foi uma aspiração no meio laboral, mas é no presente que se tornou muito mais importante. 

Os jovens da nova geração são extremamente exigentes com relação ao ambiente de trabalho. Eles cobram transparência, ética, respeito, reconhecimento e um ambiente interativo. Eles querem participar dos projetos, dar opinião, fazer parte. Não se sujeitam mais ao apertar frenético de um parafuso, sem saber no que isto vai dar.

Muitos ainda não conseguiram compreender estas novas exigências e tem sofrido com isto. A dificuldade na retenção é apenas um dos indicadores. E se não houver uma mudança na mentalidade, a "coisa" poderá ficar ainda mais complicada.

Pedro Luiz Pereira

Hunter e Diretor da QSH e SANTO EMPREGO - empresas do grupo ABRA.

E-mail: pedro@grupoabra.com

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