Virtudes e Vícios

 

Meus Irmãos, ao sermos iniciados nos Augustos Mistérios da Maçonaria, temos que aprender a praticar as virtudes, bem como nossas paixões levantando Templos às Virtudes e cavando masmorras ao vício, eis o que viemos fazer na maçonaria. “Do Caos à Ordem; da Obscuridade à Luz”.

 

Meus Irmãos, seria simples falar de virtude e vício em sentido literal, basta para isso dar o sentido filológico; mas, se falarmos de virtudes e vícios em sentido filosófico na maçonaria, já se torna uma tarefa nada fácil.

 

Nós maçons, temos obrigação de saber que a maçonaria não é uma religião, nem um partido, nem uma igreja, todavia ela põe no nosso caminho e nos desperta pelo fato de não ser uma religião. Não oferece a nós, membros da instituição, uma verdade definitiva imutável dogmática, fazendo apenas representar o livre exercício da tolerância.

 

Assim, aprendemos a nos interrogar; recolocarmos em questão. Graça a esse fator de progresso descobrimos não só o caminho do conhecimento, mas também da ordem que deve reinar, tanto no material como no espiritual, nos facilitando a desenvolver nossas virtudes. 

 

O Maçom Especulativo deve ser um homem virtuoso e, para consegui-lo é indispensável disposição firme e constante fidelidade à prática da lei moral. O fundamento de todas as nossas ações tem que ser, necessariamente, a probidade e a retidão.

 

É por meio dos processos (Ritualísticos, contatos humanos, conhecimentos, disciplina, etc), que o maçom adquire sua real personalidade. A virtude é uma passagem da paixão para ação e meditação, uma externa e a outra interna, onde o homem se revela a si mesmo, ultrapassando seus próprios limites, seu eu.

 

O ser interno, nossos sentimentos, atos e pensamentos. A capacidade ou potência própria do maçom de desenvolver suas qualidades naturais.

 

Devemos entender que a virtude é uma característica de valoração de cada indivíduo, uma disposição geral e constante da prática do bem, isto não quer dizer que um maçom de virtudes seja altruísta, embora tenha uma tendência de ser um Irmão de virtudes e tenha o hábito de cumprir as leis e obedecer aos costumes da sociedade em que vive; ser socialmente correto, honesto, justo, paciente, sincero, compreensivo, generoso, possuir coragem e perseverança.

 

Portanto, meus irmãos, a maçonaria para mim, ainda é uma escola, pois nos permite controlar nossas paixões, fazendo com que tenhamos o domínio do nosso “Eu”, e respeitemos o próximo.

 

André Bessa

Fonte: Jornal do Aprendiz - edição nº 123